quinta-feira, 8 de abril de 2010

ESPIRITUALIDADE

São José,
esposo de Maria


A Tradição Católica, desde a antiguidade cristã, sempre prestou um culto reverencial à São José, esposo de Maria e patrono universal da Igreja.
Por vontade divina a figura de José sempre esteve associada à de Maria e de Jesus. Por ser da ‘casa de Davi’, deu a Jesus a descendência e a continuidade da realeza e a realização das promessas feitas outrora por Deus. Sendo assim vemos José como o homem da história, o homem escolhido pelo Pai, o homem que permitiu que a vontade de Deus realizasse não somente em sua vida, mas no mundo. A fiel colaboração e participação de José contribuíram para a salvação e o resgate do mundo. Por isso São José é o padroeiro do resgate e por ser esposo de Maria tornou-se o pai do Resgatador. São José é o padroeiro de toda ação resgatadora dos Filhos do Céu.
Servo fiel e prudente a quem Deus confiou sua família e as primícias da Igreja, São José colaborou diretamente para o resgate do mundo ao aceitar Maria e o fruto do seu ventre, Jesus, o Salvador.
São José é o exemplo do homem que cresceu na fé ao permitir que a vontade de Deus, já em andamento na vida de sua amada Maria, fosse definitivamente a sua vontade pessoal pela qual zelou e destacou. São José foi o homem que fez a passagem, a travessia do receio à confiança e à superação do medo: “Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo" (Mt 1,20), da insegurança à esperança de ver e contemplar a realização das promessas de Deus. Junto a Maria participou das dores e alegrias de Jesus.
Jesus, o esperado pelo povo e o prometido pelos profetas, foi o grande prêmio de São José. Ele teve a graça de ter Jesus entre seus braços e a graça de abraçá-Lo definitivamente e por toda a eternidade. Juntamente com Maria, teve a graça de contemplar por primeiro o Resgatador do mundo nascido em Belém, a realização das promessas de Deus. São Bernardino de Sena dizia sobre São José: “Ele foi escolhido pelo Pai eterno para ser o guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: o Filho de Deus e a Virgem Maria”. Como foi zeloso guardador dos tesouros dos céus, são José é hoje o zeloso guardador dos Filhos do Céu.
Soa José é um homem do silêncio e muito pouco aparece na Bíblia; as citações que dizem de São José estão totalmente em função de Jesus. A figura de São José está intimamente ligada à de Jesus, como deve ser o consagrado Filho do Céu. Em silêncio São José sempre respeitou o mistério, e por esta sua virtude, foi associado ao mistério do resgate do mundo.
São José está intimamente ligado à Igreja que nasceu com Jesus e por esta associação ele é o protetor e padroeiro de nossa Igreja Católica, por seu trabalho, o padroeiro dos trabalhadores, por sua esposa e fidelidade, o protetor das famílias, por sua obediência a Deus e docilidade ao Espírito Santo, o padroeiro dos Filhos do Céu.
Ao contemplarmos a figura de São José constatamos que hoje Deus precisa de Filhos do Céu como São José: consagrados que vivam a fé, a santidade, a abertura ao plano de Deus, a obediência, a pureza, a justiça, a missão para tornar Jesus mais conhecido, amado e adorado. Na vida e de São José realizou-se o que o apóstolo Paulo proclamou: “Tudo o que fizerdes, fazei-o de coração, como para o Senhor e não para os homens” (Cl 3,23), por isso no final de sua vida ouviu do próprio Criador: “Servo bom e fiel! Vem participar da alegria do teu Senhor” (Mt 25,21).
O homem do trabalho, do silêncio, da fidelidade e da família intercede, juntamente com Maria, por todos os Filhos do Céu e por todos os pobres e sofredores, de modo particular pela Igreja e pelas famílias, pela nossa missão de resgatar a dignidade dos filhos de Deus. Para nós a sua vida virtuosa é uma escola de santidade para os Filhos do Céu.
São José é o modelo de serviço, de dedicação e colaboração preciosa para a implantação do reino. Sempre em silêncio, não poupou esforços em fazer a vontade de Deus por um espírito e prática de obediência. Nisto consiste a beleza de São José, uma beleza virtuosa e exemplar para os Filhos do Céu.
Por fim, em São José constatamos um ‘sim’ que resgata, um silêncio que resgata, um trabalho que resgata, uma obediência que resgata, um espírito de oração que resgata, uma simplicidade e discrição que resgatam.
Sob a proteção de São José confiemos nossa comunidade de aliança, nossas famílias, nossas vocações e nossa grande missão de Filhos do Céu.


fonte: Ricardo Padella fdc, fundador da comunidade Filhos do Céu.

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